sábado, dezembro 19, 2009

Apontamentos


  1. Dei sangue pela primeira vez. E senti-me tãoooooooooo bem. Acho que fiquei com a folha de cadastro completamente limpinha; todos os meus pecados foram, agora, eliminados; ao mesmo tempo, percebi por que há pessoas que não são mais vezes solidárias. É que só se pode dar sangue depois de se responder a questões dificílimas como: "Mudaste de parceiro sexual nos últimos seis meses?" ou "Alguma vez fizeste sexo em troca de dinheiro?".


  2. Estas épocas são propícias ao convívio inter-pessoal. Ele é almoços de Natal, ele é jantares de Natal, ele é lanches de Natal; enfim, uma canseira! Agora, há almoços e almoços, jantares e jantares. Há jantares onde se aprende que há pessoas que têm o "fulmão pulmado". Ou onde as boas-festas são escritas em postais coloridos, com mensagens simples, tipo: "Desejo um bom Natal a todos voz". Ou ainda frases-mistério que ajudam a descobrir quem foi o amigo que te ofereceu a prenda: "De: Gustavo; Para: Ricardo" - com este enigma, como descobrir o autor do presente? Difícilllllllllllllllllll.


  3. Planos. Há quem não viva sem eles. Eu, ao contrário, faço planos para não ter planos. É que, quando os faço, vêm as voltas e trocam-me a vida. A minha mãe estava hoje, desde as 9 da manhã, sentada no café à espera que eu chegasse para tomarmos o pequeno-almoço juntas e irmos, em seguida, às compras de Natal. Já eu, enquanto ela aguardava calmamente, dava um pulo gigante da cama, lavava-me apressadamente e corria para o carro porque sabia-me atrasada 20 minutos. Assim que cheguei ao carro, liguei-o  e... NADA. Mais uma vez o gajo deixou-me pendurada - não pegou. Estou fartinha do raio do carro. Na verdade, o meu carro é como os amantes de luxo, parece que resolvem os teus problemas mais prementes mas, na verdade, só existem para te sugar dinheiro ilimitadamente. Odeio-os - aos carros, não aos amantes de luxo.


  4. A minha irmã ligou-me. Queria - uma vez que eu supostamente andava às compras - que  lhe comprasse pilhas para a máquina fotográfica. Informei-a, sem perder a calma : "Não, o filho da p#*$% do carro voltou a deixar-me a pé". Ela, na tentativa de se solidariazar comigo, começou a contar-me que tinha acordado há pouco e que se sentia como se tivesse sido atropelada por um camião. Ao lado dela, o meu sobrinho, ao ouvir o que ela tinha acabado de dizer, exclamou, quase de seguida: "Um camião? Eu bem te avisei para não ires para a estrada!"

E com estes apontamentos a minha vida vai-se fazendo, umas vezes mais do que outras, mas sempre em direcção ao depois...

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