"Um homem que lê, ou que pensa, ou que calcula, pertence à espécie e não ao sexo; nos seus melhores momentos escapa mesmo ao humano. Mas as minhas amantes pareciam orgulharem-se de pensar somente como mulheres: o espírito ou a alma, que eu procurava, ainda não era mais do que um perfume."
"Se eu quisesse enlouquecia" é a primeira frase de um conto de Herberto Helder, do livro "Passos em Volta". Para mim, este "se eu quisesse" abre o mundo a infinitas possibilidades; deixa que a imaginação flua e que a vida se manifeste no entrelinhamento do mero desejo e do realmente acontecido. Entre uma margem e outra, escrevo.
Mostrando postagens com marcador Literatura. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador Literatura. Mostrar todas as postagens
sexta-feira, março 18, 2011
O que escapa...
Para os que duvidam que a literatura é dispensável:
Marguerite Yourcenar, Memórias de Adriano, Editora Ulisseia: 7.ª Edição (pág. 57)
quarta-feira, dezembro 29, 2010
Milagrário é não querer voltar ao Livro
Estou triste.
Os dois últimos livros portugueses que li (ainda não consegui terminar ambos) - Milagrário Pessoal e Livro - não me entusiasmaram absolutamente nada. Aliás, até os achei assustadoramente chatos, narrativamente desconexos e com personagens alheadas da história.
Estou irritada.
Sou uma defensora acérrima da literatura que se faz em português mas os dois livros que li retiram força à minha defesa habitual. Ainda por cima, são livros de autores que gosto de ler.
Estou esperançada.
Apesar de viver há muitos anos nos EUA, António Damásio é português. Espero que o Livro da Consciência me renove a fé na literatura escrita em português.
sexta-feira, novembro 19, 2010
"O que é desejo?"
os contornos de uma pele molhada
as sombras recortadas da infância
as horas
a morte
a carreira 434
o mar
as redes sociais
o capital
a capital
os corpos das outras
a vida dos outros
o sucesso
o amor
a possibilidade de dizer não
a vontade de dizer sim
os sapatos manolo blahnik
os risos da infância
os amigos para sempre
o reconhecimento
o que não nos pertence
a água
o céu
o MUNDO
No Afeganistão, todavia, Zafaran não sabe o que é desejo...
(vide texto de Adelino Gomes em 52 Histórias Livro-Agenda Perpétua, ACEP e vv. autores, 2010)
as sombras recortadas da infância
as horas
a morte
a carreira 434
o mar
as redes sociais
o capital
a capital
os corpos das outras
a vida dos outros
o sucesso
o amor
a possibilidade de dizer não
a vontade de dizer sim
os sapatos manolo blahnik
os risos da infância
os amigos para sempre
o reconhecimento
o que não nos pertence
a água
o céu
o MUNDO
No Afeganistão, todavia, Zafaran não sabe o que é desejo...
(vide texto de Adelino Gomes em 52 Histórias Livro-Agenda Perpétua, ACEP e vv. autores, 2010)
segunda-feira, junho 21, 2010
Eu e SARAMAGO
Muito se disse, e acredito que muito se dirá, sobre a vida, a morte e, sobretudo, sobre a obra de José Saramago. Contudo, sendo eu amante da literatura e das artes, não poderia deixar de escrever sobre o tema: ia almoçar quando me apercebi que tinha ocorrido qualquer situação grave, foi a TSF quem me trouxe a notícia. Já tinha pensado invariáveis vezes que Saramago morreria muito em breve.
Nada de novo até aqui. O que talvez seja novo é eu dizer que a obra que mais me emocionou deste escritor foi Conto da Ilha Desconhecida e a que mais me perturbou Ensaio Sobre a Cegueira. Perturbou-me tanto que ainda não acabei de ler as páginas finais. O romamance repousa e aguarda pelo meu amadurecimento intelectual e emocional.
Não era especialmente devota da literatura do Saramago, mas não posso deixar de me sentir triste pelo apagamento da sua luz literária, humana. Sou absolutamente devota aos escritores que, como ele, foram capazes de pensar a dimensão do Homem; pois, ao fazê-lo, deram passos determinantes, mesmo que imperceptíveis, no conhecimento desta massa tão disforme, tão absoluta e tão real que conhecemos como HUMANIDADE.
segunda-feira, maio 24, 2010
Amar os livros
Comecei a ler um novo livro esta semana. Enquanto esperava pelas provas de natação do meu filho, no Estádio do Belenenses.
Ainda não sei porquê, mas o livro de David Trueba, Saber Perder, agarrou-me logo na leitura das primeiras páginas.
Nem me lembro como cheguei àquele livro. Se foi oferta, se foi uma compra minha.
Só sei uma coisa, gosto de me apaixonar assim, incondicionalmente, num ímpeto. E manter-me neste estado de euforia induzida enquanto as páginas do livro não esgotarem as suas histórias, que serão, logo, logo, as minhas histórias também...
terça-feira, maio 11, 2010
O Livro das Ilusões
É por coisas como esta - que contarei em seguida - que gosto tanto de livros.
Após a leitura de O Livro das Ilusões, de Paul Auster, oferecido por um amigo no Natal passado, estava eu na FNAC, com o Rodrigo - obriguei-o a comprar CD's todos os meses ou não me responsabilizaria pelo desaparecimento dos Gun's N' Roses, já que em casa ou no carro não era possível ouvir mais nada senão aquela banda de rock dos anos 90 - quando dou de caras com um filme chamado The Inner Life of Martin Frost.
Ao início, de tão espantefacta, nem dei importância ao nome do realizador, concentrei-me apenas no nome da película. Estava certa, certíssima que aquele filme tinha sido inventado e criado nas páginas do livro que acabara de ler. A personagem principal descrevera cena a cena, diálogo a diálogo. Vê-lo ali, nas estantes, enfileirado entre outros filmes de autor, fez-me querer comprá-lo imediatamente.
Foi apenas quando peguei no DVD que percebi que o realizador e o autor do livro eram o mesmo: Paul Auster.
Para mim, aquele filme só existia em papel e na mundividência criada em O Livro das Ilusões. Agora estava ali, fora do livro, nas minhas mãos.
Estou ansiosa por vê-lo, ainda que, na verdade, já o tenha visto.
terça-feira, novembro 24, 2009
Carta Aberta a Herberto Hélder
Não me conheces, Herberto. Mas eu conheço-te a ti. Andámos tantas vezes de mãos dadas pelos terrenos enlameados da Faculdade de Letras de Lisboa. Eu era, então, uma jovem tão jovem que de jovem que era só sonhava sonhos jovens. Tu, para mim, também és jovem. Não te sinto com 79 anos quando acaricio a tua pele impressa nos livros que escreveste. Gosto tanto dos livros que escreveste.
Sabes uma coisa? Este lugar, este lugar de onde te escrevo estas palavras só existe porque tu existes. Os Passos em Volta deram-me a volta. Desde que os li não me senti mais a mesma. Serás tu o mesmo depois de cada poema escrito?
Tenho saudades tuas, Herberto. Tenho saudades de nós e da Faculdade de Letras de Lisboa. Lembras-te do cheiro da terra molhada a entranhar-se nos meus sapatos jovens? E do meu riso a antecipar uma vida cheia de livros?
Era natural chegar atrasada às aulas (quem me conhece, que não tu, sabe que me atraso de forma compulsiva), mas trazia-te pela mão, pois consolavas-me no meu desconsolo.
Gosto de ti, Herberto. Gosto de ti e do teu peixe vermelho, que foi verde e que ficou amarelo. Gosto tanto de ti.
Gosto do abalo que a tua poesia me provoca. Como se de um Poema Contínuo se tratasse.
Não me conheces, Herberto. Nunca me conhecerás. Só eu te conheço a ti e aos teu livros que leio de colher na boca, sem colher ou sem boca.
Se eu pudesse abraçava-te e pedia-te baixinho: escreve a minha vida em poema surdo e leva-me de volta para o tempo em que eu era jovem e de tão jovem que era tinha apenas sonhos jovens. Detesto sonhos gastos.
segunda-feira, dezembro 29, 2008
E o prémio vai para?
Acabei de saber, por estes dias, que um dos meus escritores de eleição decidiu concorrer a um prémio de poesia para autores-revelação recorrendo ao uso de um pseudónimo e (imaginem?!) ganhou o dito prémio.
Factos a registar:
1. Um prémio para autores-revelação não deveria ser um prémio para autores-revelação? - Que motivos terão levado um autor de mérito reconhecido concorrer a um prémio "menor"? Para mim, é como se a Mariza decidisse concorrer a uma eleição para jovens fadistas, recorrendo a outro nome, mas não a outra voz ou experiência...
2. A mensagem transmitida aos outros concorrentes que preeencheram os requisitos pré-estabelecidos para o concurso é a de que, afinal, em determinadas circunstâncias, podem ignorar-se os pré-requisitos. - Em que mundo vivemos nós? Em que mundo deseja o meu querido autor que vivamos?
3. O universo editorial não escapou à crise generalizada que se instalou um pouco por toda a parte e este ano que está prestes a terminar trouxe agitamentos confusos e fusões ainda mais desconcertantes. Terá sido uma estratégia editorial que levou o meu autor querido a participar em estapafúrdio concurso?
Depois de ser informada desta história, lembrei-me imediatamente de uma professora fantástica que tive no meu primeiro ano de faculdade. Ela dizia sempre para evitarmos conhecer pessoalmente os autores dos livros, uma vez que a pessoa de carne e osso não corresponde, na sua maioria, ao autor de papel, transmissor de uma sabedoria infinita e humana. Apesar de compreender o que nos dizia, fui incapaz de seguir o seu conselho e relacionei-me com vários escritores. Um deles este de quem agora falo. Além de lhe admirar a mestria de uso das palavras e do senso com que arruma o mundo, reconheço-lhe a simplicidade com que tem lidado com o sucesso; por isso é que é tão difícil aceitar que pudesse participar em algo tão descabido. Ao mesmo tempo, a razão de ser da nossa humanidade está no facto de cometermos erros, de não sermos seres irrepreensíveis ou dotados da verdade absoluta. Por saber disto, aceito o erro do meu escritor de carne e osso; aceito o erro dos jurados que, apesar de serem informados mais tarde do facto, o mantiveram em concurso; aceito também o erro daqueles que insistem em defender a atitude do meu escritor em nome da amizade; só não posso deixar de lembrar que a amizade e o amor são dois sentimentos que exigem mais do que palmadinhas nas costas.
Factos a registar:
1. Um prémio para autores-revelação não deveria ser um prémio para autores-revelação? - Que motivos terão levado um autor de mérito reconhecido concorrer a um prémio "menor"? Para mim, é como se a Mariza decidisse concorrer a uma eleição para jovens fadistas, recorrendo a outro nome, mas não a outra voz ou experiência...
2. A mensagem transmitida aos outros concorrentes que preeencheram os requisitos pré-estabelecidos para o concurso é a de que, afinal, em determinadas circunstâncias, podem ignorar-se os pré-requisitos. - Em que mundo vivemos nós? Em que mundo deseja o meu querido autor que vivamos?
3. O universo editorial não escapou à crise generalizada que se instalou um pouco por toda a parte e este ano que está prestes a terminar trouxe agitamentos confusos e fusões ainda mais desconcertantes. Terá sido uma estratégia editorial que levou o meu autor querido a participar em estapafúrdio concurso?
Depois de ser informada desta história, lembrei-me imediatamente de uma professora fantástica que tive no meu primeiro ano de faculdade. Ela dizia sempre para evitarmos conhecer pessoalmente os autores dos livros, uma vez que a pessoa de carne e osso não corresponde, na sua maioria, ao autor de papel, transmissor de uma sabedoria infinita e humana. Apesar de compreender o que nos dizia, fui incapaz de seguir o seu conselho e relacionei-me com vários escritores. Um deles este de quem agora falo. Além de lhe admirar a mestria de uso das palavras e do senso com que arruma o mundo, reconheço-lhe a simplicidade com que tem lidado com o sucesso; por isso é que é tão difícil aceitar que pudesse participar em algo tão descabido. Ao mesmo tempo, a razão de ser da nossa humanidade está no facto de cometermos erros, de não sermos seres irrepreensíveis ou dotados da verdade absoluta. Por saber disto, aceito o erro do meu escritor de carne e osso; aceito o erro dos jurados que, apesar de serem informados mais tarde do facto, o mantiveram em concurso; aceito também o erro daqueles que insistem em defender a atitude do meu escritor em nome da amizade; só não posso deixar de lembrar que a amizade e o amor são dois sentimentos que exigem mais do que palmadinhas nas costas.
terça-feira, novembro 11, 2008
Os Sinais e o Fogo
Há sinais que escutamos devagar, outros que, sem os escutar, chegam de mansinho e nos revelam mais do que gostaríamos. Há fogos que nos arrebatam por dentro e nem a água gelada que lhes deitamos por cima os faz desvanecer; ou os transforma em cinza, matéria sobrante do que foram e não podem ser mais. Há sinais antes dos fogos. Há fogos depois dos sinais. Os sinais são sempre nossos e de outros também. Os fogos não podem ser objecto de pertença; vão e vêm, para nos avisar que estamos vivos e que o "caminho se faz caminhando", sem a serventia dos atalhos.
E quando os sinais são de fogo?
Sinais de fogo, os homens se despedem.
exaustos e tranquilos, destas cinzas frias.
E o vento que essas cinzas nos dispersa
não é de nós, mas é quem reacende
outros sinais ardendo na distância
um breve instante, gestos e palavras.
ansiosas brasas que se apagam logo.
Jorge de Sena
in Visão Perpétua
Julho/Agosto 1967
quinta-feira, agosto 28, 2008
Saramago e a fila para o café (com ou sem vírgula?!)
Na fila para o pequeno-almoço, hoje cedo, enquanto pensava no meu chá e na minha torrada que estava prestes a degustar; falava-se, atrás de mim, sobre o acordo ortográfico e nas diferenças abissais existentes entre a Língua Portuguesa, falada em Portugal e a falada no Brasil. Como é óbvio, as minhas antenas puseram-se imediatamente à escuta - sim, se as duas senhoras estivessem dedicadas a discursar sobre as suas vidas privadas, os meus ouvidos desligariam automaticamente; se há coisa que me angustia, é ouvir falar sobre a vida de quem não me importa para nada.
Minutos depois - a fila estava extensa nesta manhã de Agosto - a conversa estendeu-se a um outro tema que me interessa igualmente: Saramago. Aproveito desde já para esclarecer que não sou leitora assídua, nem apaixonada, de Saramago. De tudo o que li (poesia incluída), gostei do Ensaio Sobre a Cegueira - que ainda não terminei; o livro está lá, à espera que eu tenha coragem de passar a fase das violações em massa - e mais ainda de O Conto da Ilha Desconhecida. Contudo, há comentários sobre a sua obra que me deixam indignada. Assim que as duas senhoras começaram a discursar sobre a falta de pontuação nos textos de Saramago, apeteceu-me dizer-lhes (mas não disse) que antes de expressarem uma opinião sobre um autor ou livro é obrigatório que cumpram a regra básica: lê-lo. Quem lê Saramago sabe perfeitamente ao que me refiro. Dizer que o autor não usa pontuação - segundo as ditas senhoras porque "tem medo de que ela lhe atrapalhe o pensamento" - é, basicamente, sucumbir ao cliché que adoptaram os seus não-leitores. Só um não-leitor dirá que o autor não usa pontuação. Não vou entrar em pormenores técnicos para não aborrecer-vos, mas quero apenas que atentem num excerto do conto que mencionei em cima:
Contudo, no caso do homem que queria um barco, as coisas não se passaram bem assim. Quando a mulher da limpeza lhe perguntou pela nesga da porta, Que é que tu queres, o homem, em lugar de pedir, como era o costume de todos, um título, uma condecoração, ou simplesmente dinheiro, respondeu, Quero falar ao rei, Já sabes que o rei não pode vir, está na porta dos obséquios, respondeu a mulher, Pois então vai lá dizer-lhe que não saio daqui até que ele venha, pessoalmente, saber o que quero, rematou o homem, e deitou-se ao comprido no limiar, tapando-se com a manta por causa do frio.
Minutos depois - a fila estava extensa nesta manhã de Agosto - a conversa estendeu-se a um outro tema que me interessa igualmente: Saramago. Aproveito desde já para esclarecer que não sou leitora assídua, nem apaixonada, de Saramago. De tudo o que li (poesia incluída), gostei do Ensaio Sobre a Cegueira - que ainda não terminei; o livro está lá, à espera que eu tenha coragem de passar a fase das violações em massa - e mais ainda de O Conto da Ilha Desconhecida. Contudo, há comentários sobre a sua obra que me deixam indignada. Assim que as duas senhoras começaram a discursar sobre a falta de pontuação nos textos de Saramago, apeteceu-me dizer-lhes (mas não disse) que antes de expressarem uma opinião sobre um autor ou livro é obrigatório que cumpram a regra básica: lê-lo. Quem lê Saramago sabe perfeitamente ao que me refiro. Dizer que o autor não usa pontuação - segundo as ditas senhoras porque "tem medo de que ela lhe atrapalhe o pensamento" - é, basicamente, sucumbir ao cliché que adoptaram os seus não-leitores. Só um não-leitor dirá que o autor não usa pontuação. Não vou entrar em pormenores técnicos para não aborrecer-vos, mas quero apenas que atentem num excerto do conto que mencionei em cima:
Contudo, no caso do homem que queria um barco, as coisas não se passaram bem assim. Quando a mulher da limpeza lhe perguntou pela nesga da porta, Que é que tu queres, o homem, em lugar de pedir, como era o costume de todos, um título, uma condecoração, ou simplesmente dinheiro, respondeu, Quero falar ao rei, Já sabes que o rei não pode vir, está na porta dos obséquios, respondeu a mulher, Pois então vai lá dizer-lhe que não saio daqui até que ele venha, pessoalmente, saber o que quero, rematou o homem, e deitou-se ao comprido no limiar, tapando-se com a manta por causa do frio.
José Saramago, O Conto da Ilha Desconhecida
Este excerto exemplifica na perfeição as considerações que farei a seguir. É importante perceber que os autores necessitam, na sua jornada, de encontrar uma voz própria para contar as suas histórias. A literatura de hoje obriga à sustentanção da originalidade. Saramago, depois de dominar as regras dos sinais de pontuação, transmuda-as e adapta-as ao seu estilo pessoal: subvertendo a norma. À semelhança do que faz Mia Couto com as palavras que recria; ou José Luís Peixoto na forma como suspende e retoma as narrativas.
No excerto que escolhi, percebe-se como Saramago potencia o uso da vírgula, ela chega a substituir os dois pontos e o travessão - usados normalmente para introduzir o discurso directo - e até o ponto final. É certo que isto, ao início, pode fazer-nos alguma confusão, pois a leitura não flui como poderia. Todavia, é errado insistir no pressuposto de que o autor não pontua os seus textos; ele fá-lo, isso sim, de forma não convencionada, como se a sua intenção fosse a de aproximar o discurso escrito ao oral.
Eu queria ter dito exactamente isto que agora escrevo às duas senhoras (mas não disse).
Assinar:
Postagens (Atom)