Em Marrakech as crianças têm olhos enormes, redondos, expressivos. Riem-se e as ondas do seu sorriso enlevam-nos num abraço maior do que todos os abraços de todos os mundos.
Na verdade, acho que o que mais me impressionou na cidade foram as crianças e a ternura a que nos obrigam, ao olhá-las, ao partilhar o espaço que habitam.
Não falávamos a mesma língua, ainda assim, entendíamo-nos.
A língua do amor é a mais antiga de todas e não precisa de qualquer tradução.
Se eu pudesse, coisa que não posso, tornar-me-ia na mãe daquelas crianças e inventar-lhes-ia histórias todas as noites sobre princesas e príncipes, sobre castelos e masmorras, sobre lutas e disputas para que o seu sono fosse mais povoado, mais cheio de tudo e, sobretudo, mais cheio de mim.
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