Há burburinho no ar, burburinho que é inquietude, burburinho que é medo. Pressinto que há pessoas com medo, sobretudo medo de ter de justificar o trabalho que, afinal, toda a gente espera que faça.
Vive-se numa fase em que um gesto, uma decisão ou uma atitude pode prender alguém nas malhas da desconfiança.
Vive-se numa fase em que um gesto, uma decisão ou uma atitude pode prender alguém nas malhas da desconfiança.
"Se existes, logo és corrupto" é a máxima que se pode ler nos corredores por onde movimento os meus passos ou os meus saltos, naqueles dias em que decido vestir-me de empresária de sucesso, a trabalhar numa empresa de sucesso.
Acho uma certa graça a este movimento colectivo - procura-se inferir as mudanças que se advinham: este fica, este sai. Esta vai para aqui. Aquele salta para lá. Este fecha. Aquele esfuma-se...
Na verdade, não se sabe de nada, mas como num jogo de xadrez, joga-se com as pessoas, com as posições que ocupam como se de meras peças se tratassem - entretém, faz rir e permite escapar ao burburinho que se infiltra na pele como a humidade nos ossos; como um grito calado que, quando se fizer ouvir, explodirá nas mãos de uns quantos!
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