segunda-feira, dezembro 27, 2010

Que tanga de manhã...

não sabia, apenas advinhava
o dia cinzento, frio, chuvoso, feio
a cama quentinha, aninhada nos meus pés gelados
e também enrolada num abraço caloroso nos meus braços vazios
foi assim que fiquei mais tempo que devia
absorta em pensamentos tristes, cinzentos, chuvosos, feios
o tempo a passar e o abraço a tornar-se mais e mais caloroso
o alarme impiedoso que tinha tocado há minutos largos
a cama, eu, a cama, eu, um tango sensual, vermelho-choque
é só mais uns minutos, é só mais uns minutos
quando dei por mim, os minutos eram já mais do que muitos
e o atraso mais do que certo
há dias em que a cama apetece e o mundo lá fora nos cospe na face
em ambas as faces, se, seguindo o Novo Testamento, lhe oferecermos a lavada...

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