Doce, como há poucos.
Meigo, como haverá ainda menos.
Nasceste para consolar-nos.
Ainda me lembro do choque ao saber-me grávida tão pouco tempo depois de estar grávida: "está aqui uma coisinha", disse a Madalena. Uma coisinha.
Estava enganada. Não eras uma coisinha.
De todos, foste o que nasceste com mais força. Não precisei procurar-te. Ouvia-te. O teu choro era percetível a quilómetros, como se dissesses: estou aqui.
Eu sei, bebé.
Eu vejo-te.
Sinto-te.
Amo-te.
Não me lembro de ensinar-te nada. Quando quero ensinar-te, já tu aprendeste.
Bebes água pelo copo.
Sobes para as cadeiras, mesas, camas.
Desces das cadeiras, mesas, camas.
Cantas as canções sem dizer as palavras.
Danças as canções mesmo que sem palavras.
Escolhes os livros. As histórias que queres que te contem.
A tua língua tem dicionários próprios: Bu - Có - Zó - Pei.
Sabes sempre o que queres, mesmo não querendo.
Não desistes, insistes.
Abraças como poucos.
Afagas como nenhuns.
És o meu Caetano. Sem Veloso, mas com a mesma capacidade de me enlevar.
Tens um jeito próprio.
Enamorei-me de ti,contigo para sempre.
Mesmo sabendo que, de todos, és o que não me escolhe em primeiro lugar.
Preferes o Lucas. E eu aceito a tua preferência, resignando-me com amor.
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