terça-feira, abril 29, 2008

As dentadas que o TEMPO dá

O tempo não me obedece. Exijo-lhe uma série de coisas e circunstâncias, mas ele insiste em provar-me que é indomável, que nem as minhas carícias delicadas o levarão a deixar-se estar. Aliás, tempo que é tempo não está: vai-se. Esfuma-se entre o abrir e o fechar das horas, dos dias.
É frequente acordar com uma série de objectivos definidos e estruturados, porém, quando dou por mim, um novo dia se me apresenta, sem que eu tivesse tempo de pensar que não tive tempo de concretizar o que o tempo não me deixou.
O ditado bem diz: "não deixes para amanhã o que podes fazer hoje", só que nós vivemos todos na contemporaneidade, onde o tempo é, em simultâneo, hoje e amanhã. Saturno tinha razão em querer devorar Cronos, só que foi Cronos quem o devorou a ele.
Talvez não seja eu a única pessoa que se sente mordida vorazmente pelas dentadas que o tempo dá. Por exemplo, já estou a sentir as suas mordidelas a avisarem-me de que por estar aqui a dar ao dedo, não vou concluir todas as tarefas que tinha pensado fazer na manhã de hoje. Manhã? Chiça, a manhã já passou, está na hora de almoço. Pimba: mais uma dentada!

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