Hoje é o meu aniversário 34.º. Antes, antes de tudo, estava convencida de que o dia 16 de Dezembro só existia no calendário porque eu nasci, pelo que esse dia era meu: pertencia-me. Não foi difícil convencer-me disso: entre tantos dias existentes, um haveria de ser só meu. Mas este pensamento ligeiro e absolutamente ingénuo não durou mais do que uns simples minutos - são minutos e não anos a medida de tempo correcta que dista entre o dia em que éramos donos do mundo e o dia em que o mundo é dono de nós.
Percebi, então, que o dia 16 não me pertencia de todo, como também pertencia a outras pessoas que nasceram igualmente nessa data. Em vez de me sentir triste ou revoltada ou frustrada, senti-me feliz, segura de que a vida é muito mais vida se ao nosso lado estiver gente - muita gente - que nos acompanhe neste sopro fugidio.
Não gosto de ser sozinha. Gosto, ao contrário, de estender a mão em todas as direcções e sentir que essa mão toca outras mãos em melodias descoordenadas, atrapalhadas, distantes, próximas, reais, imaginadas, doloridas, ineficazes, incapazes, verdadeiras, efusiantes, inebriantes, intensas, indeléveis, passageiras. É pela razão desse toque que ainda vale a pena celebrar o dia do meu aniversário.
Parabéns a mim. Parabéns a ti. Parabéns a nós, que somos tantos.
3 comentários:
Eu não te quero dar um choque maior...mas neste dia 16...nasceste tu e mais um milhão de Chineses...
Contudo, para os teus, TU é que és especial:) Mts Parabéns...e um dia mto feliz:)
Mais que isso, uma vida mto feliz, pois nada tens que te trave...continua a ser gira e sorridente e verás:)
Mtos jinhos de FELIZ ANIVERSÁRIO!!!!!!!!:)
Muito obrigada pela segunda parte do teu comentário (a primeira era escusada, tá?).
Ainda há pouco fui dar umas gargalhadas felizes ao teu blog. Que máximo!
Beijo (aparece no sábado).
Parabéns querida!!!
É sempre um prazer ler-te, sobretudo qdo n me consigo fazer ouvir... :)
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