Há alturas que adormeço torpemente sobre os meus sonhos ou desejos. Fico como que anestesiada, aceitando com um sorriso o que a vida me oferece como ementa diária. Mas como eu gosto mais de mim é quando, esfaimada, devoro a ementa da vida que é minha e a outra que não é mas que eu procuro que seja. Quando até as sobras devoro, sem me preocupar com regras de etiqueta. Nessas alturas, se não houver garfo à vista, sorvo o que houver com as mãos. Também não limpo a boca, deixo aqueles restos fossilizarem na minha boca, para que a memória a eles recorra em tempos de crise.
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