Abraçado a mim, numa altura em que ambos estávamos no sofá, disse-me:
- Acho que a maior parte dos meus colegas não tem este tipo de momentos com os pais.
Na altura, comovida com a grandeza do seu comentário, não lhe dei muita importância, entendi que ele teria de considerar aqueles momentos naturais, sobretudo, entre pessoas que se amam.
A verdade, e não posso ignorá-lo pelo dever de humildade, é que percebo que o meu filho não é um adolescente comum de 14 anos. Não é. E isso agrada-me. Descansa-me.
Mais do que sucesso profissional, desejo que ele seja capaz de fazer as suas próprias escolhas. Não há nada que me angustie mais do que a "rebanhisse" instalada. Se uns dizem que gostam, todos gostam. Se uns dizem que não gostam, ninguém gosta. É uma mímica enfadonha e apática.
Conto com ele para fazer a diferença que eu, tantas vezes, não fui capaz de impor.