terça-feira, outubro 21, 2008

Não gosto de casamentos. Também não gosto de baptizados, mas muito menos de casamentos. Falo, como é óbvio, da festa em si, não do que ela representa; até porque para uma romântica incurável, nada é mais bonito do que a celebração do amor.
Chateiam-me, por exemplo, os protocolos a que essas cerimónias obedecem. As pessoas obrigadas a enfiar-se em vestidinhos (ou fatos) de cerimónia, a quererem parecer confortáveis, quando, na maioria das vezes, não se identificam com a roupa que trazem, nem com os penteados que usam e muito menos com os sapatos novos e brilhantes que lhes aperta os pés até à exaustão.
Aborrece-me igualmente o som irritante dos garfos nos pratos a pedir que os noivos se beijem a toda a hora, para satisfazer o desejo voyeurista de alguns. Também não tenho grande paciência para a sessão fotográfica que condiciona noivos e convidados à tirania do clic. A verdade é que julgo que as pessoas esquecem-se, às tantas, do verdadeiro objectivo do casamento; esquecem-se ou confudem-no. Lembro-me de uma frase dita pela Carrie (a Suka não permitiu que eu a esquecesse) no filme Sexo e a Cidade: "I let the wedding get bigger than Big". Ou seja, o casamento não pode ser um fim em si mesmo - dos últimos casamentos a que fui, um acabou ao fim de seis meses e outro ao final de um ano.
O casamento mais bonito a que assisti foi, de longe, o dos meus tios. Após 25 anos de vida em comum e de uma união civil, resolveram renovar os votos dizendo "sim" um ao outro numa igreja, rodeados da família e amigos, inclusive dos filhos, também já eles em idade de casar. Foi talvez a cerimónia menos faustosa, menos glamourosa, mas definitivamente aquela que me causou um friozinho no estômago e me proporcionou as lágrimas mais sentidas e inteiras.
Este sábado vou a um casamento, ao do meu primo André; finalmente, terá direito a uma família sua, que lhe pertencerá em exclusividade. A dele nunca lhe pertenceu ou se pertenceu, ele nunca deu por nada. Nem no dia do seu casamento dará, uma vez que a maior parte disse não ao evento! Eu estarei por lá, a lembrar-lhe que apesar de não gostar de casamentos, ele é quem me importa e não perdia por nada o momento de ouvi-lo dizer: prima, estou feliz.
Um dia quero olhar nos olhos de alguém e sentir que o que existe é tudo o que deveria existir: nem mais nem menos.

2 comentários:

Robson Ribeiro disse...

Olá menina!

Também não gostos de festas de casamentos. Quando lembro que fiquei tirando fotos por quase todo o tempo no dia do meu casamento, fico irado.

E esse "fenômeno" da pouca durabilidade dos casórios é de se lamentar, ainda mais quando já vieram o(s) rebento(s).

Estou resistindo, pois vou completar 4 anos no próximo dia 30... rsrs

Beijos!

Sónia disse...

O nosso casamento é sempre diferente, acho eu. Tenho um amigo que, apesar de separado, diz que o dia do seu casamento foi um dos mais felizes da sua vida. Invejo-o ao ouvi-lo falar assim.

Beijo