terça-feira, outubro 07, 2008

O vírus do passado a querer fazer-se presente

Não sei o que se passa, mas será com certeza uma virose. De repente, sem que nada o previsse, sou bombardeada por mensagens telefónicas de pessoas que fizeram parte da minha vida há algum tempo atrás. Ou porque sentem a minha falta, ou porque querem ver-me... E eu penso, será que estas pessoas julgam que a minha vida parou no momento em que lhes disse adeus? Não parou, aliás, nunca pára. Sou demasiado impaciente para ficar no mesmo sítio muito tempo. E sou extremamente boa a arrumar histórias. Por mais importantes que tenham sido. Como é óbvio, há umas que demoram, que permanecem mais do que o normal, que me habitam por dentro, que me assombram a esperança; só que existe sempre aquele momento em que fico novamente só comigo mesma, então percebo: já não há volta a dar.
Nunca tive (pelo menos até agora) vontade de reviver uma história de amor. E acredito que não terei. É preciso vocação para reconstruir o que ficou gasto pelo tempo, sujeito às intempéries, ao musgo e à humidade. Eu sou mais de arregaçar as mangas e construir o que há para construir de raíz; aí perco tempo, invisto, suo, sujo as mãos, o corpo, a alma, dou-me inteira, como se fosse a primeira vez, ansiando que seja a última.
Enfim... cada um é para o que nasce. E eu sei que nasci para o amor, mas sempre para aquele que está por vir, por acontecer. Não podemos ser todos iguais; eu sou assim, o que fazer?!

5 comentários:

FigueiRita disse...

Engraçado... no momento em que vou escrever no meu Blogue um Texto sobre o Passado.... eis que me deparo contigo a fazê-lo. Aqui, também, somos diferentes... A mim dá-me sempre imensa vontade de reviver as minhas histórias, as que me foram especiais, as que mais me marcaram. Dessas é-me difícil desligar... e se pudesse volatria atrás... Águas passadas não movem moinhos mas... Moem... e a mim houve as que ainda me moem.

Beijooooooo

Sónia disse...

Mana, querida mana: o passado estrutura o presente e a massa disforme que é o futuro. Eu repeito o meu passado, guardo dele as mais bonitas memórias, mas a mim importa-me o presente, este que inauguro sempre que digo presente. E os meus moinhos movem-se à custa de tantos ventos, tu és um deles. Tu és um deles!

Robson Ribeiro disse...

Um grande sorriso para você!

Beijos!

Anônimo disse...

O futuro será passado;
O passado já foi futuro.

Há que viver o presente sem estar agarrado a nenhum dos dois. Só assim se poderá ser feliz. Nem que isso só dure apenas um instante... infinito.

Sónia disse...

Eu, melhor do que viver instantes infinitos é viver infinitos instantes...

Robson, guardei o seu sorriso!