terça-feira, setembro 15, 2009

A escolha que não é

Sabia de tudo antes de tudo; ainda assim, não se resignou à evidência que era clara e transparente, como o rio que a espreitava vezes sem conta, com profundidade aparente de rio porque rio, porque mar, porque água.
As nossas escolhas raramente são inocentes. Mesmo as escolhas que fazem por nós.

2 comentários:

uminuto disse...

Por isso são escolhas. Entre uma e várias opções

Unknown disse...

Talvez por saber que sabia de "tudo antes de tudo" ou por saber que esse rio poderia, provavelmente, correr para o mar ...
Talvez porque as escolhas sejam um desafio pela sua falta de inocência .. ou não!
Ou talvez até porque atrás de um sorriso veio um beijo e atrás de um beijo o sonho de que nada houvesse a escolher ... talvez até porque realmente sabia de tudo e sabia que a escolha não estaria nas suas mãos ... debaixo do seu controle.

Confesso que a mim me agrada a ideia de poder escolher! Seja ela a mais simples das coisas ou a mais complicada ...
Agrada-me poder escolher a roupa que visto de manhã, agrada-me escolher o pequeno almoço, a primeira pessoa a quem digo "Bom Dia".
Agrada-me a ideia de decidir a maneira como organizo o meu trabalho, o meu dia e a minha noite..
Não gosto do estado do tempo que condiciona a roupa que visto, não gosto quando não há leite frio ao pequeno almoço e não gosto quando me cruzo com alguém que me diz Bom Dia antes de eu poder dizer a quem realmente queria...
Não gosto de inspecções e acidentes de trabalho que me estragam o dia e me condicionam a noite ...

Não gosto de me aperceber que afinal posso escolher muito pouco ...
Não gosto de chegar atrasado (principalmente dois meses...)!

Mas gosto de saber que gostam de mim ...

E também gosto de Ornatos Violeta:

Música: Letra S
Composição: Ornatos Violeta


Quero ser só,
Quero ter só algo mais,
Que eu nada sou sem companhia.
Diz-me quem eu sou como se o não fosse.
A rua quebra-me a força negativa.
Sorrir,
Não é pêra doce!
Diz-me quem eu sou como se o não fosse.

Matei o monstro da monagamia,
e a minha vida parou na letra S.
A minha mão não quer,
Que eu mate agora,
Eu mesmo nunca sei.
Eu posso dar,
Posso dar mundo,
Tal fosse um copo grande embora sem o fundo.

Eu não entendo mas amo quem tu és,
E que assim sendo padeço a teus pés.
Matei o monstro da monagamia,
e a minha vida parou na letra S.


Walter Ego