sexta-feira, fevereiro 12, 2010

Dois pontos

1.
Era mais do que cedo. Quando vi, ao longe, o que me pareceu ser gnomos verdes, coloridos, nos separadores centrais da A5. Ao aproximar-me, percebi que aqueles gnomos eram, afinal, homens metidos em capas verdes, à mercê da chuva e do frio desta manhã de Inverno.
O que faziam aqueles homens ali, àquela hora, naquele sítio?
Podavam as árvores que estão plantadas no separador central da A5.
Até ontem nem tinha percebido que a A5 tinha árvores nos seus separadores centrais. Muito menos que essas árvores tinham de ser podadas. Ou que existisse pessoas a quem fora dada a tarefa de podar as árvores que eu ignorava.

2.
51 anos. E olho para ela, para a velhice que lhe vai acontecendo, sabendo que não faltará muito para chegar a minha vez.
16 anos. São esses os escassos números que nos separam.  16 passos que se dão num ápice de vida.
34 anos; o meu número correndo atrás do número dela.
Quero conservar o seu riso de menina. As rugas cavam-lhe o rosto de memórias, mas o sorriso permanece puro, ingénuo, igual a antes.
Quando crescer quero ser como ela.

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