"Ondas azuis, ondas verdes, todas elas se abrem num rápido leque sobre a praia, contornando o pontão coberto por avezinho-do-mar e deixando pequenas poças de luz aqui e ali, espalhadas na areia"
As Ondas,Virginia Woolf
Estou sozinha. Passeio pela praia. Não há muito gente. Ainda há lugares que conseguem preservar a nossa identidade.
O sol acaricia-me com os seus dedos de luz. A minha pele aguenta. Caminho pelo areal imenso, mas não me sinto perdida. Vou em frente, nem mais nem menos.
Tenho medo. Não mais nem menos do que estas pessoas que não conheço e que estão aqui comigo, embora não estejam.
Tenho o livro debaixo do braço. Ter livros para ler acalma-me.
A praia acolhe o bom. Há risos que morrem nas vagas, há euforias que desaguam nas areias e existo eu mais o meu livro.
O meu pensamento não pára. Não há silêncio que lhe resista. Mais rápido do que eu chega às rochas que me impedem de seguir mais à frente.
Por vezes, gostava de parar o meu pensamento. Não é bom pensar tanto. Há momentos em que me dói a cabeça de tanto pensar.
Está na hora de regressar. O tempo espera-me e o mar está prestes a devolver-me o meu amor.
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