Marina Abramovic, performer
A acreditar no que diz a performer, Marina Abramovic, sou daquelas que ama o falso. Mas o falso que sabe a verdadeiro, cheira a verdadeiro e se sente como verdadeiro: de realidade, basta-me a minha...
"Se eu quisesse enlouquecia" é a primeira frase de um conto de Herberto Helder, do livro "Passos em Volta". Para mim, este "se eu quisesse" abre o mundo a infinitas possibilidades; deixa que a imaginação flua e que a vida se manifeste no entrelinhamento do mero desejo e do realmente acontecido. Entre uma margem e outra, escrevo.
2 comentários:
Bolas que frase brutal. Eu que sempre defendi que os actores jogavam com a verdade, com esse tornar o sangue falso, a faca falsa, as emoções falsas, o mais reais possíveis. É isso que vamos buscar ao palco: uma fuga da nossa realidade numa verdade alheia ou um espelho da nossa falsidade naquela verdade inteira :)
Fiquei a pensar nisto...
Eu também.
Primeira reacção: foi como se tivesse levado um chapadão na cara.
Segunda reacção: Já mais calma: a arte é toda ela falsa: TODA. Na medida em que apenas se detém sobre mundos possíveis, mesmo quando procura ser o mais fiel possível à verdade ou à realidade.
Quando narras um qualquer acontecimento, ele já não existe como facto "puro", pois sofre a trasmutação da tua própria subjectividade.
Nem a Marina Abramovic, enquanto performer, evita o falso.
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