terça-feira, outubro 18, 2016

Acerca do Bob Dylan

Tem sido muito o ruído à volta do Nobel da Literatura deste ano.
Consagra-se um "monstro" das canções e não um(a) das letras.
Eu diria, e depois de passados o espanto e espasmos iniciais, que a literatura tem espaço suficiente para nela caber mais do que os escritos/livros/autores convencionais.
A literatura tem pendor disruptivo, que é o que permite a cada ser, sociedade, país, cultura avançar na direção do outro, bem como na direção do futuro - o único tempo possível.

Se o Bob Dylan é americano, se é símbolo de uma cultura pop, se não escreveu nenhuma obra de referência, enfim, pretextos para não se aceitar aquilo que é inevitável: o mundo não é o mesmo que conhecemos e que ainda vamos tratando por tu.

E só a literatura para reconhecer e abraçar tal diferença. Trazendo a margem para o centro, empurrando o centro para a margem.

Lídia Jorge, aguenta. 

Nenhum comentário: