sexta-feira, maio 30, 2008

Menos eu...

Nada vai mudar. No entanto, tudo já mudou. As coisas vão ser iguais, excepto naquilo em que serão completamente diferentes.
Não posso mais aguardar, febril, pela voz do outro lado do telefone, que me dizia:
- Anda pagar-me um café.
As moedas ficarão, agora, atiradas pela carteira, sem razão de existirem.
O telefone continuará naquele lugar: 8192, mas na verdade deixou de ter o mesmo funcionamento, pelo menos, em mim.
Não posso mais olhar incessantemente, à chegada e à saída, para o lugar onde estacionavas o teu carro, ele estava lá para demarcar a tua presença ou a tua ausência. Se o não via, o meu coração saltava de ânsia (onde é que ele andará, pensava); se o via, o meu coração saltava de ânsia (posso vê-lo a qualquer instante, pensava).

Se tudo isto é errado, se não és definitivamente merecedor dos meus afectos, então porque é que me dói tanto, mas tanto aqui dentro?
Se isto é apenas um "até já" então porque o meu coração o sente como um "adeus"?
Mas por que razão continuo eu a chorar como um bebé?

Incontrolável mágoa que me magoa os olhos e a alma, incontrolável paixão que não morre, nem mesmo quando lhe acerto os mais eficazes golpes.

Amanhã, cada passo dado na direcção daquela casa grande e assustadora, será um passo dado em direcção ao abismo. Toda a gente virá perguntar-me pelo meu sorriso e eu só desejarei estar só, em paz. Quero-te de volta. Quero-te de volta. Quero-te de volta. Quero-te de volta. Quero-te de volta. Quero-te de volta. Quero-te de volta. Quero-te de volta. Quero-te de volta. Quero-te de volta. Quero-te de volta. Quero-te de volta. Quero-te de volta. Quero-te de volta.

Sem ti, sou sempre menos eu.

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