Se eu soubesse o que sei agora, não teria ido ao ginásio sem antes passar por casa, pois evitaria fazer duas viagens; é que à porta do edifício, percebi que tinha deixado o saco de treino esquecido algures.
Se eu soubesse o que sei agora, não teria deixado o vidro do carro toda a noite aberto, pois assim evitaria que me tivessem roubado o CD que tanto gostava. Se eu soubesse o que sei agora, não teria levado aquele bolo à boca, para evitar cuspi-lo assim que o sabor se entranhou na minha saliva, se misturou com a minha língua e me deu, por instantes, a sensação de vómito.
Quem inventou o "não guardes para amanhã o que podes fazer hoje"? Quem? Devemos, sim senhor, guardar o mais possível para fazer depois, só assim temos a garantia de que quanto mais "depois" houver, mais conhecimento teremos adquirido.
Tenho a mania de me precipitar em tudo o que faço, intuitiva, navego ao sabor das emoções e só mais tarde avalio as consequências dos meus actos. Se eu me guardasse, se eu me guardasse para depois, saberia o que sei agora e o que esse depois me traria. Porém, já sei que comigo não existe amanhã e que mesmo sabendo o que sei agora, qualquer dia terei de fazer novamente duas viagens em direcção ao ginásio, terei sido roubada em mais uns quantos CD's e vomitado outro bolo com sabor a estragado. E isto tudo no mesmo dia, um pouco antes de pensar: "Se eu soubesse o que sei agora..."
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