Tinha um vestido azul, comprido, que esvoaçava com a força do vento. Sorria e o sorriso condizia com a cor azul do vestido, ainda que fosse um pouco mais claro, quase azul-céu. Subitamente, o vestido levantou voo e com ele o corpo da jovem, que flutuou pelo ar. Não estava assustada, antes pelo contrário, o sorriso azul-céu rasgou-se e os braços exultavam em voo descoordenado e inesperado.
Há psicanalistas que defendem que há três sonhos que nos acontecem recorrentemente, um deles é sonhar que voamos e para cada um de nós haverá uma razão associada a esse sonho, uma determinada significação subjacente aos contextos que nos determinam: medos, ambições, infância, etc.
Não há sonho que mais prazer me traga. Não tenho forma de saber se as sensações que experimento nos meus sonhos, enquanto sónia-pássaro, serão aquelas que experimentaria na realidade, mas pouco importa. A verdade é que os sonhos mais intensos que tenho relacionam-se ou com voos ou com mortes que estão, afinal, indissociados do prazer e da dor - dois pilares que sustentam o nosso devir.
Ramón Sampedro (Javier Bardem), o tetraplégico de Mar Adentro, recorria frequentemente ao voo para se libertar da prisão em que o seu corpo se transformou.
Alimento a minha imaginação desses planos imensos de voo rasante e libertador. E o que é preciso, afinal, é não deixar morrer a nossa imaginação de fome.
3 comentários:
Tenho tb o recorrente sonho que estou a voar.. è para mim o melhor de todos eles, distingo com pormenor a terra lá em baixo..
Vou esta semana viver um sonho, "voar" com os peixes por dentro dos mares de Sharm El Sheik..
Bjinhos
:)
Googolei Sharm El Sheik e fui parar ao Egipto.
Boa viagem e, sobretudo, bons voos!
Faz tempo que não sonho esse sonho... Ou pelo menos não me lembro pela manhã.
Deve ser por isso que fico voando acordado. rsrs
Beijos!
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