Era assim que explicava Heitor Villa-Lobos, o mais famoso compositor brasileiro, falecido há 50 anos (17 de Novembro de 1959), o facto da sua música ter um pendor tão sedutor.
Habituados a considerar os brasileiros um povo alegre e descontraído - Agostinho da Silva referia-se-lhes como sendo "portugueses à solta" - a música de Villa-Lobos traz-nos o lado mais melancólico, triste e, até, saudosista da maneira de ser brasileira.
Ouso em afirmar que o mais agradável da sua música poderá estar na constatação, sempre feliz, que as pessoas e, na sua extensão, os povos, não têm uma, e apenas uma, forma de ser. Aliás, não deixa de ser simplista fazer afirmações tão genéricas quanto os alemães são metódicos, os portugueses caóticos e os brasileiros efusiantes. O interessante é poder ser tudo isso e o seu contrário. Que é o que acaba por ser a música de Villa-Lobos.
Se nunca ouviram, oiçam-na. Há cerca de 1200 composições à escolha.
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