um casal passa por mim. primeiro para cima. minutos mais tarde, para baixo. ele, de telefone em punho, viceferava contra alguém que eu não via, mas adivinhava. ela seguia um pouco atrás, muda. atirada contra a multidão que passava, em correpio de fim de tarde. ele embrenhado no telefone e naquela presença que era trazida apenas pela linha telefónica. caminhavam os dois como se caminhassem lado a lado, embora não caminhassem lado a lado. ela não fazia parte da conversa, nem da existência, que acontecia entre o ser que era apenas voz e o marido? namorado?.
ainda que não seja estranho encontrar pessoas que falam ao telefone, ignorando aquelas com quem se encontram fisicamente; aquele casal causou-me uma impressão forte e precisa: deixando-me a pensar...
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