Revi o English Patient.
Eram três horas da manhã quando acordei. Decidida a não ficar a olhar para o vazio, levantei-me e fui ver o filme. Tinha-o encontrado nesse mesmo dia entre dezenas de DVD's que o meu avô guarda num móvel lá de casa. Assim que olhei para ele, senti necessidade de revisitá-lo. Desconheço a razão que enformou tal necessidade, mas percebi que ela existia.
Não sei dizer o que me agradou mais no filme. Se a história de amor que é contada, se as pequenas histórias que se desenrolam à medida que se desenrola a guerra.
Nunca vivi em guerra, por isso, para mim, falar de guerra é a mesma coisa do que falar da ida à Lua; posso até imaginar como será, já visualizei imagens, documentários, filmes, mas não é a mesma coisa: há um limite bastante real entre o que se conhece e o que se imagina conhecer.
Todavia, a guerra não tem apenas a capacidade de estilhaçar e mutilar vidas, tenho a impressão de que ela gera imaginação e criatividade nos seres humanos. Anne Frank ou Guernica são apenas dois exemplos que ilustram o que digo. Há outros. Há muitos outros.
Guerra fria, guerra colonial, guerra civil - guerra é sempre guerra, independentemente dos adjectivos que lhe colocarmos na frente?
"Amor platónico, amor carnal, amor filial" - é ou não é amor de qualquer maneira?
Neste filme, todas as personagens acabam por ser elas mesmas pacientes esperançadas de que a cura acabe por chegar: para uns a morte, para outros a vingança e para outros o amor.