terça-feira, outubro 20, 2009

Febre que é o tempo que não se tem

Deixo-vos um excerto do livro que me ocupa por estes dias. Ryszard define a relação do homem europeu com o tempo para depois explicar em que dimensão essa relação é diferente em África. Tudo é diferente em África. TUDO.
As semelhanças entre o texto e a rotina dos nossos dias não é mero acaso, existe, é factual e, acredito eu, irreversível:
"O europeu está convencido de que o tempo tem uma existência exterior a ele próprio, uma existência objectiva e com uma natureza mensurável e linear. Para Newton o tempo era absoluto: «O tempo absoluto, real e matemático flui em si e na sua natureza uniformemente, sem relação com nada que lhe seja exterior...» O europeu vê-se a si próprio como um escravo do tempo, está dependente dele, é-lhe submisso. Para poder existir e funcionar tem de respeitar as suas leis férreas e imutáveis, as suas regras e princípios inflexíveis. Tem de respeitar prazos, datas, dias e horas. Move-se dentro da máquina do tempo, não pode existir fora dela. Esta máquina impõe-lhe as suas obrigações, exigências e normas. Entre o homem e o tempo paira um conflito irresolúvel, que termina sempre com a derrota do homem - o tempo destrói-o."

3 comentários:

Anônimo disse...

acho que se eu quisesse, seria tudo aquilo que não sou ! Porém, vale a boa recompensa. Prefiro continuar no caminho de Deus.

Sónia disse...

E qual é esse caminho? E que Deus é esse? E a recompensa, em que consiste ela? E ser tudo o que não se é porquê? Para quê?

Anônimo disse...

Penso que para não sermos completamente submissos á máquina do tempo devemos, na medida do possivel, fugir do trabalho noveásseis, procurar o fléxivel, nem q para isso recebamos um pouco menos de salário ao final do mês, assim podemos comprar um pouco de tempo para sermos todos mais felizes,

:)

bjinhos