Esta semana fechei uma série de janelas. E fi-lo convicta de que as portas que agora se enfileiram diante de mim são entradas mais perfeitas e abrangentes para uma série de coisas novas que esperam para ser vividas. Estranhamente, não me doeu fechar essas janelas. Não houve a lágrima da nostalgia ou da melancolia a vaguear pelo meu rosto. Terei eu chorado todas as lágrimas? Esgotei eu o stock que me era destinado? Ou, afinal, essas janelas estavam já cerradas e eu só me limitei a colocar-lhes o trinco final?
Hoje encerro a derradeira janela. Esta é a minha última noite de trabalho no Blues Café. Não sei como me sentirei; sei que a experiência da noite valeu-me uma maturidade que não tinha ainda alcançado. Valeu-me também conhecer uma série de pessoas que passaram a fazer parte da minha família "Blues". Será deles que sentirei mais falta. Espero poder roubar-lhes, sem que eles se apercebam, um pouco de cada um e com isso construir um álbum de memórias a que recorrerei sempre que a saudade apertar.
Não sei se sou uma pessoa saudosista, mas sinto saudades de muitas pessoas, muitas vezes. Sou daquelas que consegue sentir a ausência de alguém mesmo que essa pessoa esteja sentada a meu lado. A verdade é que não sei gostar pouco; se gosto, gosto tudo.
Esperem... sinto os meus olhos a arder... sinto a visão a turvar... a angústia ataca-me de dentro para fora... dizer adeus não é fácil, fechar janelas inclui fechar o que fomos durante algum tempo. Uma coisa é certa: ainda me restavam, afinal, muitas lágrimas!
Um comentário:
As vezes é preciso fechar qlgumas janelas para se abrir as portas mas quando se fecham janelas podemos continuar com uma frecha aberta para o ar continuar a ir e vir para não nos esquecermos de pessoas que foram importantes na nossa vida.
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