sábado, junho 14, 2008

Toca-e-foge

Conheci, há pouco mais de um ano, uma espécie humana que reage, apenas, a estímulos negativos. Eu passo a explicar: esta espécie alimenta-se da recusa, da distância e da ausência. São predadores vorazes que querem o que não podem ter, que desejam o indesejável e que valorizam a mediocridade dos jogos do toca-e-foge. Se, por acaso, se apaixonarem por um ser desta espécie, mais vale que guardem segredo dessa realidade, a sinceridade não é aconselhável; eles assustam-se com coisas sinceras e intensas. Aliás, abraços, beijos e carinhos só são aceites dentro de uma medida definida por eles próprios e jamais se perceberá que raio de medida é essa: podemos ser arrebatados por um calor intenso, como pela mais gélida das abstinências. Dizer-lhes romanticamente "tenho saudades" pode levar a que a resposta seja o silêncio; aliás, o silêncio é a forma mais simples da ausência que eles teimam em manter.
Para arrebatar esta espécie humana, é necessário fazê-los lembrar de que não prestam, que são facilmente substituíveis e que paredes de 1,87m lhes fazem a sombra que o seu autocentrismo nunca pensou ser possível.
É que é preciso estar sempre a lembrar-lhes que o amor existe e que é completamente diferente do egoísmo ridículo que os leva a procurar impedir a felicidade alheia com frases escuras e maldosas como: "espero que não partas a cabeça". Conclusão? Antes partir a cabeça de encontro a paredes de 1,87m do que dedicar tempo a espécies que se recusam a perceber e a valorizar o mais humano dos sentimentos: o amor...

3 comentários:

Unknown disse...

tens razão esses seres esquecem quem os ama de verdade ou então não se querem entregar ao mais nobre dos sentimentos o amor.

beijinhos escreves muito bem eu adoro ler o que escreves pois fazes-me entender o que as vezes eu propria não compreendo.

Anônimo disse...

Tens toda a razão naquilo que dizes. Tenho um desses seres comigo e realmente parece-me que a melhor coisa seja mesmo não dizer a ninguém que o tenho, tal é o "desprendimento", as ausências propositadas, as palavras não ditas.
Sabes? No fundo, no fundo, tenho a certeza plena que são os seres mais cobardes ao cimo da terra. Não se entregam verdadeiramente a ninguém, com medo de se prenderem...

http://atimeusilencio.blogspot.com

Sónia disse...

Só não percebo uma coisa, como podemos nós aceitar esses seres na nossa vida?!