quarta-feira, abril 29, 2009

Time to work

Três pessoas reunem-se à volta de uma mesa. O pretexto? Assuntos de extrema importância.
Um vodka com maracujá para os três.
Discutem-se banalidades informais como a probablidade de um crash económico definitivo se a Polónia colapsar.
A ementa e a decisão pronta: peixinho-espada preto com banana frita, por favor.
Uma garrafa de vinho tinto: Quinta Maria do Carmo (existe? se não existir seria qualquer coisa parecida e igulmente cara).
Avançam-se outras coloquialidades para despistar o stress. O Almeida Santos entra e senta-se com o seu séquito. A sala está repleta de gente engravatada, com os bolsos cheios de urgências laborais. E daqui a nada, com o sangue regado de vinho e vodka.
A conversa deriva de aeroportos, de medo de voar para o facto do Drácula ser húngaro e não romeno. Filhos da puta dos romenos que se abarbataram da figura draculiana.
O meu amigo X e o meu amigo Y, todos importantíssimos e em cargos de fina posição, disseram-me isto e aquilo e mais uns quaisquer blá-blá-blá.
Os copos de vodka despachados. Falta ainda a garrafa de vinho.
O Jardim, se não fosse a querela com o Sócrates, já tinha abandonado o governo: O QUÊ?????
Avancemos, ah e tal que os acorianos são uns lentos e uns incapazes que vivem à custa dos nossos impostos. Lá não há estábulos para as vacas, não é preciso. Há filas de trânsito porque o pessoal pára no meio da via para ir beber café: ahahahahahahahah - foda-se, o riso é estridente e eu não aguento mais tanta demonstração de snobismo, racismo, homofobia e lisboacentrismo, por isso, faço um shut down ao cérebro.
O que se passou depois?
Não faço ideia. E ainda bem.

2 comentários:

Anônimo disse...

Nem sei o que mais se poderia esperar de alguém que bebe vodka com maracujá ...

O que me estranha em ti é só teres percebido a verdadeira essência desses personagens a meio do jantar ...

Viva a Super Bock e os finos, As pevides e os pregos no pão... viva a conversa sobre bola e sobre o nosso dia-a-dia, viva o campo e o resto do país, viva as pequenas aldeias onde todos se cumprimentam e se pode deixar o carro aberto a noite toda.
Viva quem não fala na terceira pessoa e cumprimenta o empregado de mesa como ser humano que é e não como empregado que está a ser...

Viva o beijo que te mando.

Walter Ego

Sónia disse...

Devo confessar que o vodka com maracujá tem um sabor distinto;). Julgo que o problema não está no que se bebe ou come, mas na necessidade que algumas pessoas têm em provar o quão importantes são como se isso, por si só, as superiorizasse em relação aos demais.
Considero-me uma pessoa tolerante, mas tenho muita dificuldade em conviver com discursos balofos, redondos e de puro show off: desmotivam-me!