segunda-feira, agosto 31, 2009

Pelos caminhos de Portugal

Em Braga as igrejas estão cheias ao sábado à tarde. Apesar do cheiro a mofo.
Em Braga faz-se amigos que falam de política e que constroem futuros com calos nas mãos - coisa rara e admirável. Em Braga vive Helena, a que cativou Menelau e Páris com a sua beleza sedutora e incediou guerras no tempo do antigamente: tem os mesmos cabelos de oiro e o mesmo sorriso encantatório.
Em Braga as portas das casas abrem-se para deixar entrar toda a gente e toda a gente se sente em casa na casa dos que vivem em Braga.
Em Braga almoça-se e lancha-se e janta-se com os amigos do amigo em mesas intermináveis. E quando se acaba de almoçar já está na hora de lanchar e quando se acaba de lanchar já está na hora de jantar. E é bom. Porque as casas não são fortalezas erguidas contra os outros e as televisões não roubam nem tempo de conversa, nem tempo de discussão, nem tempo de amizade.
Lisboa não é Portugal. Nem podia, se assim o quisesse...

3 comentários:

, disse...

Eu nunca escreveria assim, tão bem. Descontraída e simpaticamente. Escrita mais difícil do que parece.
Descrever a beleza das pequenas coisas, não está infelizmente nos meus hábitos, nem dos que habitam neste país.
Bem haja quem o consegue.

Sónia disse...

Bem haja a ti e à tua bela família. E acredita quando que te digo que para mim o difícil é não ser simples, tanto na escrita como na vida.
P.S. E não te esqueças do meu curso de formação!

Beijinhooooooooo

PEdro disse...

Estive pela primeira vez em Braga no início do ano, em trabalho.

Gostei muito da cidade e conheci muito boa gente.

Se tivesse que escolher um outra cidade para viver, Braga estaria no topo da lista, com Aveiro "à perna".