Os judeus acreditam que Messias está ainda por vir. Que este chegará numa altura de paz absoluta no Mundo.
Eu, se querem saber, duvido.
Duvido, em primeira instância, da existência de um Messias.
Em segundo lugar, da sua chegada numa altura de paz absoluta.
Se assim fosse, qual a utilidade da sua vinda?
Comprovar a sua existência?
Só aos cépticos (e cegos) - como eu - é necessário provar ou comprovar qualquer coisa que se prenda com a religião, com a crença.
Ou se acredita.
Ou não.
A terminar, é imprescindível que duvide do conceito "paz absoluta".
Se já nem PAZ se sabe o que significa... quanto mais absoluta.
(...)
Tenho sono.
Sinto um torpor a crescer-me de dentro.
Se não parecesse muito mal, dormiria em cima da minha secretária. Os braços enrolados e por cima destes a cabeça pendente, semi-adormecida.
Os olhos, lânguidos, a cerrarem-se contra a minha vontade, a verem coisas imaginadas de mentir.
A respiração lenta, num sopro sonhado.
A consciência a entregar-se ao vazio de não existir.
O descanso, enfim, a tomar conta de mim, como uma mãe do filho.
(...)
Não tenho a força dos judeus. Nem a crença dos cristãos. Não tenho as convicções dos muçulmanos. Nem as certezas dos protestantes.
Mas sei que não há nada que justifique a morte de uma criança.
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