Sou um erro. Um erro a gostar das pessoas de que não devo. Um errro a determinar o que os outros pensam de mim. E se errar é humano, isto fará de mim a pessoa mais humana que conheço? Não creio. Essa frase serve apenas para desculpabilizar-nos e desresponsabilizar-nos em relação a uma série de atitudes que tomamos, mas que poderiam ter sido diferentes, só que, por razões que importaram naquele determinado contexto, não foram!
O meu erro é excatamente do meu tamanho e tem todas as minhas medidas. A ter um nome próprio, seria Sófi, mas os erros não precisam de nomes próprios. Costuma dizer-se igualmente que a dor que o erro provoca faz crescer. Se assim fosse, eu teria a altura dos gigantes, de tanto errar e crescer. E não me venham com histórias, é mentira que uma pessoa não cometa o mesmo erro duas vezes. Aliás, já perdi a conta aos erros que repeti inúmeras vezes e sei que continuarei a repeti-los; pensar que não o farei é, desde logo, um erro!
Posso até estar errada nas considerações que agora fiz, só que errar é a minha natureza; portanto, nada serve pensar em não fazê-lo. Os meus erros serão curtos, compridos, pontiagudos, quadrados, rectangulares, cinzentos, brancos, às flores, às riscas e terão todos a minha personalidade inscrita neles. Também haverá erros abaulados, disformes, conformes, inteiros, partidos; haverá outros que não serão meus, mas que me atingirão e, a partir daí, ganharão a minha identidade. Não é fácil ou pacífico fazer a gerência de todos estes erros: os meus e os adoptados.
Será assim tão difícil ser feliz? Ou é errado pensar que temos todos de ser felizes? Se calhar, a minha função é só errar. Se assim for, sou a melhor de todas. Bem que eu sabia que tinha de ser melhor em qualquer coisa...
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