O meu avô fez 72 anos ontem. Eu e a minha irmã jantámos com ele. Com ele e com a minha avó; é preciso sublinhar que não há avó sem avô e o contrário também é verdade. Cantámos os parabéns a quatro vozes.
O sr. que me vendeu o bolo faz anos em Outubro: 69 anos, disse-me ele, com um sorriso nos lábios, segurando a dentadura. A minha avó e o meu avô ainda dão as mãos e um ou outro beijo na boca.
A esta hora, em Espanha, as equipas de salvamento resgatavam pedaços de corpos carbonizados do chão do aeroporto.
Enquanto eu e a minha irmã dizíamos ao meu avô que ele é o melhor do mundo; familiares aguardavam pela esperança nos bancos desconfortáveis dos aeroportos de Barajas e Las Palmas.
O meu avô fez ontem 72 anos (e enquanto lhe tocava nas mãos, pensava em quantas mais oportunidades teria para oferecer-lhe bolos de aniversário...); neste dia, dois bebés morreram, pois encontravam-se entre os passageiros do JK 5022.
Ao mesmo tempo que o meu avô resplandecia na beleza dos seus recentes 72 anos, houve lágrimas, tristeza e dor nos olhos de gente que se estendia pelos terrenos de Barajas.
A vida é ou não é fodid...?!?
Um comentário:
Como costumo dizer e... fazer... Temos de nos fazer sentir amados todos os dias... e dizer áqueles que amamos, que os amamos verdadeiramente... nunca sabemos qual deles será o último... Daí as palavras voarem da minha boca com toda a verdade que carregam quando vos digo Amo-vos...
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