terça-feira, dezembro 02, 2008

Eu sei o que é, mas não digo

É o frio que nos desconforta os sonhos. São as pessoas nas ruas à procura de tudo. Também de nada. São as luzes que iluminam as ruas - na Liberdade, as lágrimas são de luz e escorrem pelos rostos cansados das árvores. São as lojas em frenesim, antecipando ganhos. São as pessoas em frenesim, advinhando gastos. São as crianças em frenesim, ignorando custos. É o bolo-rei. São os azevinhos. São os sonhos. É a torta de chocolate, o bacalhau, as couves. É a toalha de mesa vermelha e dourada. É a árvore com enfeites. São as luzes a piscar. São as prendas que se pensam. Mais as que se dão. E aquelas que se recebem. São os sorrisos nos lábios. Tantas vezes, é a tristeza nos lábios daqueles que ignoramos, não por maldade, mas por desconhecimento. É a solidariedade. É o pai natal gordo e barbudo em cadeiras luxuosas dos centros comerciais. São os sinos da igreja. É a missa do galo. São os pedaços de papéis espalhados pelo chão. É a rena Rudolfo. São os trenós e os duendes. É a verdade e a mentira de mãos dadas. É o som dos brinquedos novos aos magotes. É o constante "Falta muito?" das crianças, nossas e dos outros. São os primos, os tios, os avós, os pais, os irmãos, os sobrinhos e os filhos amontoados, parecendo um. É a minha família. É a nossa família. É a família de toda a gente. E é o amor. É o amor que não resiste ao encanto frutado da época. É isto. É aquilo. É isto e aquilo e o que se quiser. Melhor, o que dele se fizer...

2 comentários:

Fi disse...

E eu digo...que não sei!

Nunca compreendi este fenómeno de contagio...temporário.
E que pena não ser o ano inteiro!!!
Ainda que este ano seja diferente, jamais indiferente, está lá, a cada esquina, em cada olhar.
É natal, isso ninguém pode negar!

:)

Bjs

Sónia disse...

Gosto tanto do Natal, Fi. Não preciso dizer-te mais nada, pois não? Há coisas que se compreendem só de se dizerem, e eu digo-te outra vez: gosto tanto do Natal!

Beijo grande