segunda-feira, janeiro 18, 2010

último-para-todo-o-sempre-amor

"O homem não tem uma única e mesma vida; tem várias (...)"

Chateaubriand citado por Paul Auster em  O Livro das Ilusões

Perguntas-me se amei sempre que amei ou se descubro o amor  agora, contigo. Não acredito em amores únicos, mas acredito em amores irrepetíveis. Pode e deve amar-se todas e tantas vezes que conseguirmos, mas nunca da mesma maneira. Jamais da mesma maneira. Pelo que amar-te a ti, agora, é como se fosse pela primeira vez. Tudo é descoberta antiga. Tudo é amor renascido - como as alcachofras depois de queimadas.
Se não sabes, eu digo-te: o homem não tem um único e mesmo amor; tem vários e é nisso que reside a sua riqueza interior.
O melhor que te posso dizer, se me ouvires, se procurares ouvir-me, é que podes não ter sido o meu único-primeiro amor, ainda assim, eu gostaria que fosses o meu último-para-todo-o-sempre-amor. É aqui, neste pensamento convulsivo de permanência, que reside a minha miséria ou o início de todas as minhas ilusões.

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