quinta-feira, setembro 11, 2008

11 de Setembro

Estes dias de final de verão fazem-me pensar em lareiras, em torradas quentinhas e em chá de caramelo. Posso sentir o crepitar vagaroso da lenha queimada, o cheiro do pão a tostar e o vapor da água do chá, que deixa as paredes da cozinha húmidas.

O dia 11 de Setembro acordou tímido, sem saber se sorrir aos raios de sol ou sucumbir à força do cinzentismo das nuvens. Eu acordei tranquila, julgo até que a sorrir. Esta manhã funcionei como um antídoto contra as condições metereológicas, que normalmente definem o nosso estado de espírito; por vezes, mais do que julgamos possível.

Estes dias de final de verão lembram-me o cheiro dos livros por estrear e a ansiedade do regresso à escola. Posso sentir as folhas novas nas minhas mãos e rosto dos colegas, que vinham sempre tão diferentes das férias grandes.

O dia 11 de Setembro (não me apetece falar do outro 11 de Setembro) acordou murcho, como que a dizer que se sente cansado do calor, que deseja a chuva tal como eu desejo um abraço. Mas não um abraço qualquer, quero um abraço despido.

Estes dias de final de verão fazem-me lembrar o mar, as ondas revoltadas contra as enseadas das praias, engolindo a areia e não permitindo a toalha, os chinelos ou corpos deitados.

O dia 11 de Setembro acordou com uma vontade imensa de dizer: "A saudade, meus caros, é a linguagem da ausência." E sábado que não chega...

3 comentários:

Anônimo disse...

Conheces esta loja no chiado?

É como que uma viagem ao passado..

Lá poderás sentir, entre outras coisas, as folhas novas dos cadernos nas tuas mãos

www.avidaportuguesa.com

Sónia disse...

Não conheço a loja, não. Mas pelo que vi, faço mal. É hora de corrigir-me; um dia destes, presenteio A Vida Portuguesa com a minha presença. Agradeço a sugestão!

Anônimo disse...

Adorava oferecer-te o tal abraço despido.. penso nele diariamente..

Beijo

Miguel