Só queria que tocassem todos os telefones e que a voz do outro lado fosse como todas as outras vozes, excepto numa coisa: no nome. Porque depois do teu nome, os outros que existem são murmúrios imperceptíveis contra a parede fresca do meu coração...
"Onde quer que o encontres
escrito, rasgado ou desenhado:
na areia, no papel, na casca de
uma árvore, na pele de um muro,
no ar que atravessar de repente
a tua voz, na terra apodrecida
sobre o meu corpo – é teu,
para sempre, o meu nome."
Maria do Rosário Pedreira, in Nenhum Nome Depois
6 comentários:
Lindo demais...
Chegou a doer... me alcançou a alma!
Parabéns viu!
Como te compreendo...
Mas imagina o que seria a tua vida se nem os murmúrios ecoassem no teu telefone?!
Love You.
Big Kiss
A força das palavras... acredito que um dia sejam também a minha força! Ou ainda melhor, a força de todas as mulheres! ;)
Obrigada, Ego, pelo comentário. Irashai, eu, sem esses murmúrios, era pó.
apesar de ser um rótulo superficial, o nome também nos diz por dentro...
muito obrigada pela visita e gentileza das palavras.
O amor antigo vive de si mesmo,
não de cultivo alheio ou de presença.
Nada exige nem pede. Nada espera,
mas do destino vão nega a sentença.
O amor antigo tem raízes fundas,
feitas de sofrimento e de beleza.
Por aquelas mergulha no infinito,
e por estas suplanta a natureza.
Se em toda parte o tempo desmorona
aquilo que foi grande e deslumbrante,
a antigo amor, porém, nunca fenece
e a cada dia surge mais amante.
Mais ardente, mas pobre de esperança.
Mais triste? Não. Ele venceu a dor,
e resplandece no seu canto obscuro,
tanto mais velho quanto mais amor.
Carlos Drummond de Andrade,
Ao Amor Antigo
Gosto do poema. Gosto mais ainda do Carlos Drummond de Andrade, só não sei se concorde com o que ele diz nesse poema específico.
Outra coisa, só dizemos "eu" quando há um "tu" que o sustenta, e o contrário também é verdade. Portanto, quem és tu, pergunto eu?
Postar um comentário